DIA 2 DE FEVEREIRO É DIA DE FESTA NO MAR.
- Done Carmen T'Opara.
- 29 de jan. de 2017
- 6 min de leitura

Esta chegando o dia de “falar” com a Orisa que une umbandistas, candomblecistas, católicos e até ateus.
O mar une o mundo e Iyemanja une a humanidade do universo.
Mas principalmente “ela” é a Mãe de nossas cabeças, nos ouve, ajuda a melhorar nosso “Ori” e como nossa mãe nos afaga, não enxerga nossos defeitos e ajuda a melhorar nossas qualidades.
É um Orisa para quem uma oferenda preparada de coração tem mais valor que seu preço, por isso no djedje preparamos ADIMU que é o mesmo que AMALA, que é uma comida com vários elementos com significados específicos, como numa carta pessoal.
A xa we le,
a xa we le
odo fi o
a xa we le, (bis)
- ADIMÚ PARA AGRADAR IYEMANJÁ E OBTER SUA PROTEÇÃO.
Descasca-se sete cebolas brancas e frita-se, ligeiramente, em azeite de amêndoas.
Depois de bem douradas as cebolas, abre-se nelas, com uma faquinha, um buraco onde se introduz um papel com o pedido que se deseja obter e um grãozinho de ataré.
Coloca-se as cebolas num prato branco e se acrescenta, sobre elas, os seguintes ingredientes:
Mel de abelhas ou melado de cana;
um pouco de vinho branco;
um pouco de vinho tinto suave e
bastante milho torrado.
Deixa-se, durante sete dias, diante do igbá do Orixá, sempre com velas acesas. Despacha-se na beira da praia.
Iacoroba
O coroba ni sabá (bis)
- CANJICA META-META PARA YEMONJÁ
1 cabaça grande; 1 kg de canjica amarela; 1 kg de canjica branca; 1 coco; azeite de oliva; sal; mel.
Cozinhe as duas canjicas, separadamente, deixando amolecer bem até secar quase toda a água. Coloque, na água do cozimento, um pouco de mel e uma pitada de sal. Rale o coco, levando-o para cozinhar juntamente com o caldo que se formou.
Corte a cabaça no meio, limpando-a muito bem. Lave-a com água e mel. Coloque as duas canjicas dentro da cabaça, separadas por um pedaço de folha de bananeira limpa. Por cima, coloque o coco ralado cozido. Essa comida deve ficar bem molhada.
Quem Oferece esse prato são os filhos de Yemonjá do encontro de água doce e salgada, colocando, com cuidado, dentro da água com uma vela acesa no centro.
Awa abo a yo Yemonja
awa abo a yo, Yemanjá,
- ADIMU DE CANJICA AMARELA PARA SAÚDE E PROSPERIDADE.
1 cabaça oval cortada ao meio. azeite de oliva; ramos de trigo; 2 kg de canjica amarela; 1 cebola; sal; mel.
Cozinhe a canjica na água com uma pitada de sal e um pouco de mel (uma colher de sopa). Escorra a água, guardando-a em um recipiente apropriado, pois será usada durante o trabalho (de preferência, guarde essa água numa cabaça com tampa). Refogue a cebola picada no azeite. Junte a canjica e o sal, deixando cozinhar um pouco.
Arrume essa comida na cabaça, previamente lavada com água e mel, modelando-a em forma de peixe. Coloque os ramos de trigo, enfeitando o prato (no lugar do trigo, pode-se usar pedaços de pão).
Quando for oferecer a comida, deve-se lavar os pés, as mãos e a cabeça da pessoa com a agua do cozimento da canjica.
Levar a oferenda no mar (longe de praia), num lago (dentro da água), ou na junção de rio com o mar (pororoca). Coloque a comida na água com cuidado, não se deve jogá-la.
Para Yemonjá deve-se pedir fertilidade, prosperidade, corpo sempre ereto, curar doenças ligadas ao sangue, derrame cerebral, doenças gástricas e renais.
Kini jé kini jé olodo yemanjá o, Ki a xoro pelee, iya odo iya odo,
- Adimú para se obter uma graça.
Arruma-se 7 espigas de milho verde assadas dentro de uma panela de barro com o seguinte:
7 bolas de feijão fradinho cozido, amassado e ligado com farinha de acaçá;
7 biscoitos de araruta;
7 bananas da terra cortadas no sentido longitudinal e fritas em gordura de ori-da-costa;
7 bolas de mingau de farinha de milho adoçado com açúcar mascavo.
Depois de tudo arrumado dentro da panela rega-se com bastante mel de abelhas e oferece-se à Iyemanjá, acendendo-se duas velas.
Deixa-se de um dia para o outro, embrulha-se num pano branco e leva-se para
o mar.
Traga a panela de volta.
Iemanjá otô manjarê, iemanjá otô manjarê re o,

- Adimu para resolver uma situação impossível.
1 inhame grande
½ kg farinha de milho bem grossa;
1/2 copo de melado de cana;
½ lt de azeite de dendê
½ lt mel de abelhas.
pó de efun
pó de peixe defumado
7 velas
Cozinha-se um inhame grande até que fique bem macio. Coloca-se num recipiente qualquer e amassa-se com um garfo. À massa obtida acrescenta-se: farinha de milho bem grossa; meio copo de melado de cana; um pouquinho
de azeite de dendê e um pouco de mel de abelhas. Mistura-se tudo muito bem e modela-se 7 bolas, que são arrumadas numa travessa branca. Sobre as bolas despeja-se bastante melado de cana; pó de efun e pó de peixe defumado. Oferece-se, diante do igbá, com uma vela acesa, deixando por sete dias. Despacha-se na beira do mar.

Antigamente quando não tínhamos facilidade em comprar velas as lamparinas eram uma grande solução para iluminar os iybás e oferendas. Deixo aqui um pouco da sabedoria que recebi no meu ile asé, já que fui iniciada em uma casa sem luz elétrica e nem água encanada.
Gostei tanto de fazer que resolvi registrar o passo a passo.
Você vai precisar de:
1 rolha (dá para 3 lamparinas),
1 pedaço de barbante ou pavio de vela,
1 latinha de cerveja, uma cabaça ou casca de fruta para cada lamparina,
água,
óleo de cozinha,
tesoura,
1 prego para fazer furos.
Primeiro passo – corte a rolha em 3 partes iguais na diagonal, cuidando para que estes pedaços fiquem bem retos. Com o prego, faça um furo no meio da rolha e, por ele, passe um pedaço de barbante encerado dobrado ao meio, deixando uma parte de barbante de cada lado da rolha:
Segundo passo – Use uma tampinha de garrafa ou corte um pedaço da latinha do tamanho da circunferência da rolha. Faça o mesmo furo que você fez na rolha para passar o pavio também:

*Essa foi uma adaptação que fiz, pois na primeira lamparina que fizemos a rolha pegou fogo! Esta chapinha de metal servirá para evitar que o fogo toque a rolha.
Terceiro passo – passe o pavio que já estava na rolha pelo orifício da chapinha de metal que você acabou de cortar:
Quarto passo – apare as bordas do pedaço de latinha de modo que ele fique com o mesmo formato da rolha:

Quinto passo – prepare o recipiente que escolheu com água e óleo (na proporção de 3 partes de água para uma de óleo). Coloque a rolha preparada delicadamente sobre o líquido, de modo que uma parte do pavio fique mergulhada na mistura de água e óleo e a parte com a chapinha de metal fique virada para cima:
Sexto e último passo – acenda sua lamparina e aproveite o clima! Ela vai durar umas 8 horas acesa, pelo menos.

LAMPARINAS PARA IYEMANJÁ
- Para atrair boa sorte.
Uma cabaça ou panela de barro de tamanho médio;
um pouquinho de água de flor de laranjeira;
um cálice de licor de menta;
um copo de água do mar;
um pouco de azeite de dendê;
um pouco de mel de abelhas;
um pouco de melado;
4 agulhas de costura;
azeite de girassol.
Coloca-se tudo dentro da panela, completa-se com o azeite de girassol e acende-se uma mecha por sete dias.
Despacha-se no mar.
- Para obter uma graça.
Um melão;
sete gemas de ovos de galinha d’Angola;
pó de peixe defumado;
um copo de água de rio;
um copo de água do mar;
7 grãos de ataré; melado;
mel de abelhas;
7 moedas de pequeno valor;
azeite de oliva.
Abre-se o melão, retira-se a polpa, coloca-se os ingredientes relacionados, completa-se com o azeite de oliva e acende-se uma mecha por sete dias. Despacha-se no mar ou nas águas de um rio.
- Para prejudicar um inimigo.
Uma cabaça;
um papel de embrulho com o nome do inimigo escrito sete vezes;
4 agulhas;
4 colheres de vinagre;
sete pedras de sal grosso;
uma pitada de osun;
pó de bambu;
um pouco de amônia;
um pedaço de pedra de cânfora;
4 colherinhas de chá de óleo de rícino;
a mesma quantidade de óleo de castor;
4 colheres de azeite de dendê;
4 grãos de pimenta-da-costa;
4 pedrinhas pequenas de carvão mineral;
pó de peixe e de preá defumados;
óleo de soja.
Abre-se a cabaça pelo pescoço; tira-se as sementes; coloca-se o papel com o nome; cobre-se com os ingredientes relacionados; completa-se com o óleo de soja; acende-se uma mecha e deixa-se diante de Iyemanjá por quatro dias. Depois, fecha-se a cabaça com a própria tampa, amarra-se com palha da costa e enterra-se na beira de um rio.

Comments