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AWON OMI ORISA N’LA OROMILADE.

  • Foto do escritor: Carmen Silvia Prisco
    Carmen Silvia Prisco
  • 27 de mar. de 2016
  • 8 min de leitura

Águas de OXALÁ OROMILADE.

AWON OMI ORISA N’LA OROMILADE.

Tudo gira em torno do ano novo, que para os yorubás nagôs, se inicia com a entrada da estação do Outono, a qual neste ano cristão de 2012 que iniciou dia 1º de janeiro, para os yorubas nagôs é o ano 10051 que inicia dia 20 de março.

Os nagôs contam 21 para contar o grande oriki da viagem de Osala ao reino de Sangô: A Lenda:

Orixá Olufón morava com o filho Orixá Ògiyán. Quando resolveu visitar o outro filho, Xangô, Ifá atravez do opelè de Osumarè disse que ele correria perigo na viagem; mandou levar 3 mudas de roupa, sabão da costa e ori (creme de dendê); e recomendou que não brigasse com ninguém. Na viagem, Orixá Olufón encontrou Exú Elepó, que o abraçou e sujou de dendê; controlando-se para não brigar, ele lavou-se, vestiu roupa limpa e despachou a suja com ori. Isso repetiu-se com Exú Eledu, que o sujou de carvão, e com Exú Aladi, que o sujou com óleo de caroço de dendê. Adiante, encontrou um cavalo que havia dado ao filho Xangô; quando o pegou, os criados de Xangô chegaram, pensaram que ele estava a roubar o animal e colocaram-no na prisão, onde ficou por 7 anos. Nesse tempo, o reino sofreu seca, os alimentos acabaram e as mulheres ficaram estéreis. Ifá disse que a causa era a prisão de um inocente. Por sugestão das Yabás, Xangô mandou abrir as prisões e ao reber os prisioneiros entre eles reconheceu o pai. Mandou que as yás troxessem água da primeira chuva que caiu depois das prisões serem abertas, mandou que o banhassem e vestisse, o que foi feito com as vestes de Iyemonja. Depois mandou juntar o que sobrara de alimento entre os povos que vieram á praça do trono para reclamar das misérias que assolavam todo o reino e com isso prepararam uma grande festa em homenagem a seu pai, então o reino voltou a ser próspero.

A tradição é contada como: OS TRES DOMINGOS DE OSALA, mas na pratica começamos no dia 1º de março comemorando com Osalufã sua grande viagem e com uma sexta-feira de guerra de atoris antes do ultimo domingo.

Primeiro Domingo

A festa começa com a roda de sirè, com uma diferença: todos os filhos do terreiro são obrigados a vestir roupa branca e não podem ter comido neste dia absolutamente nada que contenha sal, sangue, alcoólicos ou dendê.

No intervalo da festa destinada à troca de roupa dos orixás, os presentes são servidos de adié (galinha cozida somente com cebola e ori - limo da costa ou azeite doce), ebô (milho branco cozido com água sem sal), acaçá no leite de coco, pêra, uva verde, maçã verde, com o acompanhamento de aluá ou vinho de palma, que é o banquete oferecido á Osalufan pela sua viagem.

Depois dos orixás terem trocado de roupa, a Iyalorixá dá a ordem para os Alabê tirarem o cântico apropriado à entrada de Oxalá, canto que serve também para os demais orixás, que já estão vestidos e esperam no barracão:

Agô lonã morê ua ni xê

Agô agô lonã

Aí entra Osalufan vestido de branco, sem brilho, trazendo em uma das mãos o opaxorô, um cajado prateado com muitos enfeites. Na cabeça usam o adê (coroa), um prateado e os outros Osalas usan adès de pano todo bordado, com contas brancas. Dançam ao som dos atabaques, agogôs e xequerés (cabaça revestida de contas) algumas cantigas:

Ô fururu ló ô rê ô

ô kenen en lejibô

Ilê ifá motiuá babá

Okêrêrê lejibô ô

Eru ya eru ya ô

Euá ô euá e xê

Quando se canta essa cantiga, o orixá Oxalufã - Oxalá velho - dança, curvado pelo peso de sua velhice. Quando os Oxalá já dançaram bastante, a Iyalorixá tira a seguinte cantiga:

Babá uô ri uô

Mele rin ô

Babá uô ri uô

Os orixás se retiram do barracão, com várias filhas carregando seus presentes e outras a ampará-lo e segurar-lhe as vestes. Logo em seguida a Iyalorixá também se retira, dando por encerrada a festa e convidando a todos para assistir à festa do domingo próximo. ( os bichos serão cortados quando ele voltar para casa).

Segundo Domingo ou na sexta antes do terceiro domingo.

Ojó Odô ou Dia do Pilão (O pilão de Osalaguian)

e

A guerra dos atorís

Nesta altura a familia Dji vai até a casa de Osalaguian para pedir que resolva o misterio do desaparecimento de Osala, como também que aplaque a miseria que assola o mundo. Oguian manda que arrumem a casa, limpem e enfeitem com acassá e armen o trono (pejí) para receber o “pai” na sua volta.

Na procissão do Pilão, as filhas trazem bancos, mesas, panelas, balaios, tudo forrado por panos brancos e enfeitadas com ojás e com um feixe de atori (varinhas). Reúnem-se então todas as filhas, e, depois, a mãe Iyalorixá tocando seu ajá, faz as reverências precisas e com um dos atori toca os ombros das filhas de Oxaguian, até que elas são manifestadas, iniciando-se assim os festejos. Cada uma das filhas da casa vai apanhando um daqueles apetrechos, de acordo com sua posição e seu eledá(guia). Quando todos estão prontos, vão saindo em procissão para o barracão e arriam todos os objetos em ordem, fazendo uma bonita arrumação, como num peji.

Todo esse preceito é acompanhado por cânticos adequados, até que por fim os Oxaguian começam a obrigação dos atori. Primeiro Oxaguian se senta e a Iyalorixá lhe entrega uma das varas. Em seguida, entrega varinhas também às filhas mais velhas da casa. Tiram uma cantiga e as pessoas, que estão munidas das varinhas, vão dançando em frente a Oxaguian, que, batendo com a sua própria, faz como se estivesse surrando seus filhos. Logo após, todos vão tocando com as varinhas uns nos outros, e depois em todos os presentes, ao som da seguinte cantiga:

Uá mi xorô

Uá xorô ni ilê

Tanun apê ô

Uá mi xorô

Uá xorô ni ilê

Terminada essa obrigação, tiram outra cantiga, que inicia a divisão das comidas:

Ô fururu lo êre ô

Ô keienen lejibó

Ilê ifan motiuá babá

Aji bô relê mojubá ô

Oluá êruáô éuáô êuáêxê

euá ô euá exê babá

euá ô euá exê

Arreia a o ajeum do orixá e além das comidas de costume, é colocado um inhame dentro do pilão, que quando o “pai” voltar será pisado e modelado em forma de bola, para presntea-lo. Depois com um novo cântico, são retirados todos aqueles apetrechos do barracão:

Xên xên un bé lôkô

Xên xên xên xên

Nilê ô xên xên?

Os orixás começam então a dançar, como de costume. Oxaguian, mais belo que nunca em suas roupas maravilhosas, dança com aquele jeito calmo. Nesse dia Oxalá recebe, das mãos de todo terreiro, a oferenda de uma cabra, várias galinhas, patos e pombos brancos.

*******

Terceiro Domingo

Peocissão de Osala.

- Às 10 da manhã, começam os preparativos para o início das obrigações. As filhas da casa, em grande atividade, fazem o necessário para que, em uma hora, tudo esteja preparado na sala do Opá isè. Inicia com a colocação dos ébos de descarrego (icó sem búzio e farinha de mandioca) e energização (icó com buzios e canjica).

EBÓ DO ILÈ:

Nos 4 cantos do abassá.

  • Icó com búzio

  • Canjica

  • Bolo de farinha de mandioca

  • Vela branca

Na soleira do portão.

  • Farofa de água.

  • Vela branca

No quarto de santo:

  • Padè de água

  • Canjica branca

  • Ikó sem búzio

  • 1 vela branca

Nos couros:

  • 1 ocó.

  • Um punhado de canjica branca

  • 1 vela branca

Procedimentos:

Pilar o inhame que esta no pilão e dividir em duas bolas, uma para Pgyan e outra para Osalufan.

Ainda pela manhã o assento de Oxalá sai do Balué em cima de uma charola muito bonita, toda ornada por angélicas, carregada pela Iyalaxé, a Iyamorô e outras duas pessoas da seita. A charola é coberta com o alá, um pano grande, todo alvo, seguro por uma das mãos de cada um que ali se encontra acompanhando a procissão. Daí seguem para dentro do Ile egun, reverenciando a casa do Ibó(morte).

Ali acontece o Ossé ibá Osala com as águas são da primeira chuva, a mesma água que depois deverá banhar os ibá oris).

Chegando à casa, entram com o andor, recolhem o alá e depositam Oxalá no seu peji.

Arreiam os ibá orí de todos os filhos de santo do ilê asé aos pés do peji.

Faz-se o oro n’pá ao Osalufon com todos os bichos que ele recebeu de presente começando pelo airynlé, que é o presente de Osun ao Orisá, depois as coquens, a cabra branca, os galos, as galinhas.

Intervalo para limpar os bichos e preparar o ajeum.

À tarde, depois de ser feito o Padê e despachado a porta da rua, voltam todos ao pejí de Osalufan com as oferendas de comida que deve ser: Ebò branco, acaçás de leite, todas as raízes como o inhame, o cara, a mandioca, etc, as quais são a fonte de energia tanto dos homens quanto dos Baba-Egun(ancestralidade coletiva masculina) , Iya Mi Eleyé (Ancestralidade coletiva feminina) e de todos os Orisas.

Depois fazem o oriki(saudação) e os orixás começam a chegar, menos os Oxalás, que já vinham acompanhando a procissão. O primeiro òfò para que Osala fortaleça o asé de Opara oromilade.

ÒFÓ D’ÒSÀÀLÀ OFO OLOOJO ONI - OLOOJO ONI IFA MO JUBA RE OLU DAYE MO JUBA RE MOJUBA OMODE MOJUBA AGBA BI EKOLO BA JUBA ILE ILE O L’ENUN KI IBA MI SE MO JUBA AWON GBAGBA MEERINDINLOGUN MO JUBA BABA MI ... ORISÀ RE MOTUN AWON IYA MI ELEEYE

...o segundo òfÓ é para pedir o asé da abundancia.

Oríkì à Osàlà II

Obanla o rin n'eru ojikutu s'eru.

Obà n'ille Ifon alabalase oba patapata n'ille iranje.

O yo kelekele o ta mi l'ore.

O gba a giri l'owo osika.

O fi l'emi asoto l'owo.

Oba igbo oluwaiye re e o ke bi owu la.

O yi ala. Osun l'ala o fi koko ala rumo.

Obà igbo.

Tradução Rei das roupas brancas que nunca teme a aproximação da morte.

Pai do Paraíso eterno dirigente das gerações.

Gentilmente alivia o fardo de meus amigos.

Dê-me o poder de manifestar a abundância.

Revela o mistério da abundância.

Pai do bosque sagrado, dono de todas as benções que aumentam minha sabedoria.

Eu me faço como as Roupas Brancas.

Protetor das roupas brancas eu o saúdo.

Pai do Bosque Sagrado.

Em seguida, levam os orixá para trocar de roupas. No intervalo, os visitantes são servidos das mesmas iguarias do primeiro domingo - adié, ebô e aluá.

Os orixá, já de roupas trocadas, chegam ao barracão e dançam as cantigas tiradas então pelo Alabè. Neste domingo, além de Oxalá, chegam outros, como Nanã, Iemanjá, Ogun. A primeira das cantigas que o alabe tira agora é essa, que convida os orixá a entrarem no barracão e dançarem:

Durô dê uá loná

ê á um bó keuá jô

Durô dê uá loná

ê a un bó keuá jô.

No dia do Ano Novo Yoruba comemora-se as colheitas futuras de Apesar de ser Osalufan o centro das atenções estarão incluídos nas homenagens outros Orisas Funfun:

1. ORISA OKO ou OSAROKO– Senhor da Agricultura

2. ODWDWYA

3. OBATALA IGBAIBO

4. ORANMYIAN

5. ORISA DANKO

6. BABA FALÉ

7. AJAGUNNA’S (os 08 Guerreiros da Prata)

8. BABA AJALE

9. BABA EPE (O pescador)

10. BABA AKIRI

11. BABA OLUROGBO

12. BABA OLOFYN

13. BABA YOROSUN

14. BABA IGBO

15. ORISA ONIKI

16. BABA AROWU

17. OBA NIJITA

18. ORISA ETEKO – (AJAIYE – AJAGEMO – ALAJERE).

19. OSALÁ AKIRE TÍ IKIRE -um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo e mudo a quem o negligencia.

20. ORISA’LA

Por volta das onze horas, faz-se a roda para dar término à festa, e com a troca de presentes entre os filhos de santo e convidados, fecha-se assim todo o ciclo das obrigações de Oxalá.

Terminado os festejos das Águas de Osala, festejava-se Ogun no mês de abril com o Orò ejé, o Ipeté de Osun e ajeun Ibeji no mês de maio, amalás para Sango no mês de junho, As quartinhas para Odé no mês de julho, o Olubajé no mês de agosto, a família Dji no mês de setembro, Bara e lebara em outubro, Eguns e Iyámins em novembro, Oyá em dezembro, Oguian em janeiro, Iyemanja em fevereiro.


 
 
 

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